O que é fimose?
- Daniel Pires Vaz
- May 1, 2024
- 2 min read
Updated: May 4, 2024
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Você já deve ter ouvido falar sobre fimose ou excesso de pele no pênis, mas será que o seu conceito está adequado?
Pois bem, antes de orientar sobre a patologia, vamos falar um pouco sobre a anatomia do pênis. A glande, porção final do pênis, é formada por um tecido de intensa vascularização chamado corpo esponjoso, contínuo à uretra até sua porção proximal junto ao ápice da próstata. Habitualmente, a glande é recoberta por um tecido de pele frouxa que é facilmente retraída durante o manuseio ou ereção, chamado prepúcio.

Durante o desenvolvimento embriológico, a glande e o prepúcio são fundidos, passando por um processo de apoptose para sua diferenciação. É normal que recém nascidos apresentem dificuldade de expor a glande, sendo chamada de fimose fisiológica. Durante o período neonatal, se houver algum problema durante essa transformação, pode-se gerar a fimose verdadeira ou a presença de sinéquias balanoprepuciais. A depender da gravidade do quadro, há necessidade do uso de pomadas ou tratamento cirúrgico.

Caso não tratada, não há exposição adequada da glande, gerando dificuldade na higienização e acúmulo de esmegma e sujeira. Estas favorecem o crescimento de bactérias e fungos, que promovem infecções chamadas balanopostites. Normalmente quando há infecção associada, o paciente apresenta ardência urinária na ponta do pênis, dor peniana, coceira, lacerações da pele e secreção amarelada ou esbranquiçada em grande quantidade.

Infecções crônicas no prepúcio podem gerar sequelas crônicas, com espessamento da pele e anéis fibróticos. Desta forma, pode haver uma ‘fimose adquirida’ desta forma, chamada de balanite xerótica obliterante. O tratamento envolve a cura da infecção e procedimento cirúrgico.
Alguns pacientes tem um aumento da pele prepucial, porém conseguem expor a glande de forma adequada para sua adequada higiene. Neste caso, chamamos de ‘fimose falsa’ ou hipertrofia do prepúcio. Normalmente não há necessidade de cirurgia, a não ser por desejo do paciente ou fins cosméticos.
A cirurgia de correção da fimose, seja congênita ou adquirida, é a postectomia. O procedimento pode ser realizado apenas com anestesia local, e nas crianças é necessário sedação ou anestesia geral. É realizada incisão circunferencial do prepúcio com sutura da pele peniana junto à mucosa do sulco balanoprepucial. Para que não haja encurtamento da pele ou retrações, é necessário uma adequada aferição e realização do procedimento por profissional especialista na área.

Normalmente brinco com meus pacientes que o pênis fica ‘conversível’ depois do procedimento, pois a glande fica descoberta permanentemente. É normal apresentar hipersensibilidade após o procedimento, que cessa espontaneamente pós algumas semanas. Os cuidados pós operatórios são simples, envolvendo principalmente curativos e adequada higienização.
Caso tenha dúvidas sobre fimose, balanites, infecções no pênis ou postectomia, agende sua consulta com profissional urologista de confiança.
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